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quarta-feira, 16 de março de 2011

Fale com a Editoria Movimento pelo fim da energia nuclear está crescendo

Cartaz em alemão diz: ''Energia atônica é certeza: certeza de morte'' (JOHANNES EISELE/AFP) Cartaz em alemão diz: ''Energia atônica é certeza: certeza de morte'' (JOHANNES EISELE/AFP)

Agora que o mundo acompanha de perto a tensão na usina nuclear japonesa de Fukushima 1, críticos das usinas nucleares multiplicam comunicados e intervenções para deixar claro que é preciso acabar com a energia atômica. “Continuar com o programa nuclear com o que sabemos revela claramente inconsciência!”, irritou-se Jean-Marie Brom. Engenheiro nuclear francês, é membro da rede Sortir du Nucléaire (Deixar o Nuclear) e diretor de pesquisas do Centro Nacional da Investigação Científica (CNRS).

“Em Chernobyl, nós podíamos nos esconder, mesmo que fosse ilusório, atrás da alegação de que isso ‘não seria possível em nosso país, os russos não sabem do que estão falando’; mas, agora, não podemos mais dizer isto. Os japoneses têm tanta tecnologia quanto a gente”, acrescentou.

A mobilização toma forma e as ONGs começam a ser ouvidas. Corrente humana com milhares de pessoas na Alemanha, manifestações em Paris, reivindicações pelo fim da energia nuclear por partidos e associações ambientalistas da Itália à Austrália são promovidas. “É preciso fechar progressivamente os reatores e não construir novos”, insistiu o Greenpeace. “Maldita seja a energia atômica”, acrescentou a organização Amigos da Terra. Para Sofia Majnoni do Greenpeace França, a catástrofe em curso no Japão “vai colocar um fim a 25 anos de debate sobre a segurança nuclear, conduzido principalmente pelo grupo nuclear francês Areva” e gigante mundial. Antes do terremoto japonês, o setor de energia nuclear civil mundial estava indo bem, em particular com a alta no preço do petróleo. Sofreu os primeiros golpes após as catástrofes de Three Miles Island, nos Estados Unidos, em 1979, incidente classificado em nível cinco, de uma escala de sete, e Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, nível sete.

Reatores pelo mundo
Hoje, há cerca de 440 reatores distribuídos em 30 países, principalmente nos Estados Unidos, França e Japão, que fornecem cerca de 15% da eletricidade mundial. No fim de 2009, outras 60 começaram a ser construídas. A energia nuclear emite pouquíssimo CO2, um dos principais gases de efeito estufa que influencia nas mudanças climáticas. Ela é particularmente popular em grandes países emergentes, como China e Índia. Mas, também caiu nas graças de alguns dirigentes europeus.

As autoridades britânicas informaram no fim de fevereiro que iriam dar sinal verde provisório à construção de novos reatores nucleares. (das agências de notícias)

Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA

Os abalos sísmicos no Japão acabaram por mostrar o perigo que usinas nucleares representam diante de desastres naturais. Movimentos a favor da desativação desse tipo de equipamento e contra a construção de outros começam a se espalhar pelo mundo.

Noticía original 

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