O ano de 2011 tem sido de muitas tragédias naturais e, consequentemente, humanas. O Rio de Janeiro, palco de duas tragédias sem precedentes, vai ter problemas com as lágrimas: vão faltar para tanta dor incontida; o Japão sacudido por terreno de 9 pontos na escala Richter, não bastando, misturado ao vazamento de água radioativa na Usina Nuclear de Fukushima.
Lá se vão quase mil mortes na tragédia das chuvas na região serrana do Rio, ainda existem 350 desaparecidos. Abrindo um parênteses para falar de um alento, no final do ano de 2010, houve uma espécie de redenção carioca com ocupação dos morros da “Cidade Maravilhosa” o que gerou um sentimento generalizado de segurança e bem-estar.
“Como desgraça pouca é bobagem”, aconteceu agora a tragédia de Realengo no fatídico dia 07 de abril de maneira estúpida, estapafúrdia, desconexa, desesperadamente inexplicável. Depois da consternação, uma semana de mídia intensa, dores incontidas, tristeza sem fim, lágrimas sinceras de pertencimento ao outro, o assunto sairá da mídia até que outra tragédia passe ocupar todas as rodas de nossas vidas.
As perguntas que não querem calar: Mudará alguma coisa daqui para frente? O ato foi uma ação isolada? O Brasil passa a ser importador de massacres como o de Columbine em 20 de abril de 1999 no Condado de Jefferson, Colorado, Estados Unidos, no Instituto Columbine, onde os estudantes Eric Harris (apelido ReB), de 18 anos, e Dylan Klebold (apelido VoDkA), de 17 anos, atiraram em vários colegas e professores?
O momento é de refletir sobre a dor, chorar pelas crianças entre 13 e 14 anos que foram brutalmente assassinadas e encontrar caminhos, lucidez, racionalidade curtida na emoção para compreender o que deve ser feito. Às perguntas feitas anteriormente, não tenho respostas, mas quero um arrastão de ações que possam fazer frente ao estado letárgico em que nos encontramos diante da violência.
Não há dúvida, precisamos juntos o Estado e a sociedade civil, encontrarmos resposta ao espírito de barbárie que maltrata o que costumamos chamar de amor ao e pelo próximo. Não quero parecer piegas, mas estou consternado, como de resto, quase toda a sociedade brasileira.
Odorico Ferreira Cardoso Neto (Professor Kiko)
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