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quinta-feira, 14 de abril de 2011

AVISO IMPORTANTE!

AVISO IMPORTANTE SOBRE A ESCOLA!

Esta acontecendo na escola de alguns meninos (a) chegarem atrasados e não entrar, e na hora de assinar o livro estão colocando o nome de outros alunos. Para acabar com isso os Lideres e o Diretor juntos entrarão em um acordo que aparti do dia 18/04/2011 é OBRIGATÓRIO O USO DA CARTEIRINHA DE ESTUDANTE na escola, para evitar um aluno assinar com nome do outro...


Obrigado...
AYOPI ESCOLA....
TRABALHANDO COM VOCÊ.

Osso assassino

   Corrijamos mais um velho "mau" hábito.


 
 

Osso assassino
Alerta médico!!!
 
Não prenda o telefone no ombro com a cabeça!!!
        O alerta vem dos consultores médicos do Jornal Britânico 'Neurology'.
        Está comprovado que é perigoso, e pode até ser fatal, conversar pelo telefone apoiando-o no ombro e firmando-o com a cabeça. Geralmente tende-se a fazer isso quando precisamos anotar o que interlocutor está dizendo ou estamos fazendo algo mais. O caso relatado pela publicação científica refere-se a um psiquiatra francês que demorou uma hora com o telefone preso entre a cabeça e o ombro esquerdo. Quando desligou, o psiquiatra sofreu cegueira temporária e sentiu dificuldade em falar a que sobreveio um derrame cerebral.
        Motivo: Um osso minúsculo, mas pontudo, sob a orelha esquerda e atrás do queixo, rompeu os vasos que levam o sangue até o cérebro. Esse rompimento dá-se porque a pessoa, sem sentir, vai pressionando cada vez mais a cabeça sobre o telefone e também, involuntariamente, vai levantando o ombro. Como é uma prática comum este comportamento, principalmente nos escritórios e, mesmo no lar, com a dona de casa fazendo suas obrigações, muitas vezes o problema afeta as pessoas com intensidade podendo causar problemas por acumulação.
        Avise a seus colegas de trabalho, familiares, seus amigos e demais pessoas de seu convívio para que: Evitem falar ao telefone prendendo-o entre a cabeça e o ombro.
Dr. Luís Carlos Calil - Prof. Psiquiatria da Faculdade de Medicina


 

 

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sexta-feira, 8 de abril de 2011

A TRAGÉDIA DE REALENGO

O ano de 2011 tem sido de muitas tragédias naturais e, consequentemente, humanas. O Rio de Janeiro, palco de duas tragédias sem precedentes, vai ter problemas com as lágrimas: vão faltar para tanta dor incontida; o Japão sacudido por terreno de 9 pontos na escala Richter, não bastando, misturado ao vazamento de água radioativa na Usina Nuclear de Fukushima.
Lá se vão quase mil mortes na tragédia das chuvas na região serrana do Rio, ainda existem 350 desaparecidos. Abrindo um parênteses para falar de um alento, no final do ano de 2010, houve uma espécie de redenção carioca com ocupação dos morros da “Cidade Maravilhosa” o que gerou um sentimento generalizado de segurança e bem-estar.
“Como desgraça pouca é bobagem”, aconteceu agora a tragédia de Realengo no fatídico dia 07 de abril de maneira estúpida, estapafúrdia, desconexa, desesperadamente inexplicável.   Depois da consternação, uma semana de mídia intensa, dores incontidas, tristeza sem fim, lágrimas sinceras de pertencimento ao outro, o assunto sairá da mídia até que outra tragédia passe ocupar todas as rodas de nossas vidas.
As perguntas que não querem calar: Mudará alguma coisa daqui para frente? O ato foi uma ação isolada? O Brasil passa a ser importador de massacres como o de Columbine em 20 de abril de 1999 no Condado de Jefferson, Colorado, Estados Unidos, no Instituto Columbine, onde os estudantes Eric Harris (apelido ReB), de 18 anos, e Dylan Klebold (apelido VoDkA), de 17 anos, atiraram em vários colegas e professores?
O momento é de refletir sobre a dor, chorar pelas crianças entre 13 e 14 anos que foram brutalmente assassinadas e encontrar caminhos, lucidez, racionalidade curtida na emoção para compreender o que deve ser feito. Às perguntas feitas anteriormente, não tenho respostas, mas quero um arrastão de ações que possam fazer frente ao estado letárgico em que nos encontramos diante da violência.
Não há dúvida, precisamos juntos o Estado e a sociedade civil, encontrarmos resposta ao espírito de barbárie que maltrata o que costumamos chamar de amor ao e pelo próximo. Não quero parecer piegas, mas estou consternado, como de resto, quase toda a sociedade brasileira.
 
Odorico Ferreira Cardoso Neto (Professor Kiko)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Falta de matérias primas vai afetar o emprego dos brasileiros no Japão

Segundo o Nikan Kogyo Shinbum, 70% do zinco (亜鉛,aen) produzido no Japão foi afetado pelo terremoto

O brasileiro que trabalha na indústria de transformação, seja auto peças, eletrônicos ou tudo que envolva aço, alumínio  e outros materiais, pode se preparar para um periodo de ¨molho¨.
Segundo o jornal Nikan Kogyo Shinbum, 70% do zinco produzido no Japão foi afetado pelo terremoto. No porto da cidade de Hachinohe, na província de Aomoril,  o tsunami invadiu a fábrica da Hachinohe Seinen, do grupo Mitsui Metais


Sem o zinco, a indústria japonesa fica paralisada


Pra quem não sabe, o zinco é essencial na produção de aço, alumínio, tintas ,  borrachas, pneus e até desodorantes. Sem esse material, praticamente toda a indústria fica comprometida.
Segundo o Nikan, a retomada da produção de zinco pode demorar mais de um mês, ao mesmo tempo que as fábricas procuram fornecedores no exterior.
Portanto quem depende de um emprego numa fábrica tem mais que temer a falta de zinco e outros materiais do que a radiação lá de Fukushima.
Eu não quero ser pessimista, mas vai demorar  meses para retomar a produção normal de antes do terremoto, que já não era tanta assim.
Fonte: Blog Pequenas Cousas do Japão

FUKUSHIMA E O GOLFO DO MÉXICO CONFIRMAM: O MERCADO SE AUTO-REGULA!

Ainda não havíamos dado nosso parecer sobre o desastre nuclear que se abate no Japão, com sequelas pelo mundo todo, mas depois deste artido do excelente Náufrago da Utopia não poderíamos deixar de dar nossa opinião:

ACORDA, GODZILLA!

O pobre povo japonês e o mundo continuam sendo prejudicados pelas leviandades cometidas em função da ganância capitalista: a empresa que subornava a fiscalização para poder operar em condições inseguras ainda bate cabeça em Fukushima, indo de improviso em improviso, numa sequência interminável de canhestras tentativas de remendar a situação infernal que ensejou. Remediar já não é mais possível, claro.
Eis a notícia que acaba de entrar no ar:
A Tokyo Electric Power (Tepco), companhia operadora da usina nuclear de Fukushima Daiichi, irá despejar no mar cerca de 11.500 toneladas de água radioativa acumuladas nas instalações da central, anunciou nesta segunda-feira a agência Jiji.
Um porta-voz da Tepco afirmou que ‘cerca de 10.000 toneladas de água depositada nas piscinas e 1.500 toneladas atualmente nos reatores 5 e 6′ serão despejadas no oceano Pacífico.
A fonte indicou que a concentração de radioatividade na água em questão é cem vezes maior que o limite legal, o que considerou relativamente baixa.
‘Não temos outra opção senão despejar essa água contaminada no oceano como medida de segurança’, disse à televisão local o porta-voz do governo, Yukio Edano.
O objetivo da operação é abrir espaço nesses lugares para poder transferir para ali a água com uma radioatividade ainda mais elevada que inunda os prédios de turbinas dos reatores 1, 2 e 3, e que dificulta seriamente os trabalhos dos operários da Tepco para resfriá-los.
Se fosse num desses filminhos trash nipônicos, Godzilla viria punir os mandachuvas da Tepco como eles merecem. Infelizmente, na vida real os vilãos ficam incólumes e só morrerão os abnegados funcionários que estão se expondo à radiação, na melhor tradição dos kamikazes.”

GUERRILHEIROS VIRTU@IS
: A cantilena, dita e repetida exaustivamente pelo PIG, mais uma vez se mostra completamente fora de qualquer razão. Após o desastre ecológico no Golfo do México com a plataforma de petróleo, agora é a vez da usina de Fukushima que ameaça não só o Japão, mas os mares do mundo.

Quero deixar claro de uma vez por todas: a única razão que move o mercado é o LUCRO! Se é mais barato subornar meia dúzia (aqui no Brasil de cargos indicados) do que investir na real proteção das suas captações de energia não é preciso nem ser gênio para saber o que o mercado faz!

É clara esta posição também aqui no Brasil, quando Agnelli da Vale, da qual todos conhecem a história de sua privatização – menos a Justiça Brasileira -, que de olho nos lucros – e, é claro, no polpudo prêmio de produtividade – entra na contramão e demite quase 2.000 trabalhadores como forma de aumentar os lucro$$.
O país que se exploda, assim como a natureza se exploda no caso do Golfo do México e do Japão – este com o agravante de ter “jogado contra sí próprio” algo que poderá superar as duas bombas covardemente despejadas pelos americanos (e este crime de guerra não passou por Nuremberg!).
Isto se repete em menores proporções no caso das terceirizações do lixo nas zonas urbanas, na do saneamento e em outras diversas tentativas de passar para o mercado serviços essenciais do povo.
No caso do Japão e do Golfo do México, que atinge(iram) o mundo todo, não bastarão multas apenas contra a companhia que “explorava” a produção de energia nuclear: devem ser punidos também – em crimes contra a humanidade – seus diretores e todo e qualquer “regulador” que tenha feito vista grossa nas inspeções.

Não é prendendo o ladrão de galinhas que os homens se darão por contentes, mas prendendo e confiscando os bens destes criminosos de colarinho branco certamente a população mundial se sentirá muito mais alegre e regogizada. Como diria Mino, até as pedras das ruas sabem disto!

Noticia original 
O Brasil, em meados da década de 1960, ainda era um país provinciano e a Dita começava a ficar dura. Hoje, mesmo que pareçamos mais antenados com os acontecimentos do mundo que nos cerca, são as pequenas coisas; aquelas que estão mais próximas de cada um de nós que realmente nos tocam a alma e nos fazem pensar, ou ter um sentimento qualquer. Essas coisas pequenas podem ser uma letra de música e uma melodia que trazem uma mensagem, mesmo que pareça melancólica. Mas, se prestarmos atenção, veremos que é um mote para nos levantarmos e seguirmos em frente.
Lógico que os compositores eram pessoas engajadas e mostraram, a partir de um Brasil rural, mesmo que de uma forma romântica, porém, forte. Demonstrando que seu povo, isto é, cada um de nós é dono de seu destino e atitudes. O engajamento político ao analisar aquele momento de nossa vida política está contido no trecho “Porque gado a gente marca/Tange, ferra, engorda e mata/Mas com gente é diferente…”, ao comparar o povo a uma boiada. O mesmo tema foi utilizado anos depois por Zé Ramalho “Ê,ô,ô vida de gado/Povo marcado ê/Povo feliz…”
Sendo assim, vamos curtir Disparada, uma toada belíssima que ficou em segundo lugar no II Festival da Música Brasileira, em 1966. Perdeu para “A Banda”, de Chico Buarque. O gênio estava surgindo, portanto é desculpável a colocação da composição de Geraldo Vandré e Theo de Barros. Preste atenção ao acompanhamento. Um músico usa uma queixada de burro para fazer percussão. Veremos também os componentes do MPB4, em início de carreira, observando a interpretação de Jair Rodrigues. Chico Buarque entrando no palco juntamente com Nara Leão. Observem as roupas, os modelos dos óculos, penteados, etc e verão um tempo que não volta mais.








Eu também não poderia deixar de falar sobre uma outra música de Geraldo Vandré, que muitos anos depois de sua proibição virou sucesso e todos nós sabemos a letra de cor. Esta, talvez, tenha sido a canção que embalou a luta pela democracia e liberdade durante aqueles anos de chumbo. Vamos curtir, então, Pra não dizer que não falei das flores.


Noticia original

Crise nuclear japonesa, acreditar em quê?


A maior crise existente no Japão hoje é a crise de confiança. Já não é possível acreditar em nenhum comunicado que faz a Tóquio Eletricidade (Tepco), nem no que diz o governo japonês. Não há como acreditar em nada do que o governo japonês fala. Não se sabe com que critério científico o governo determina o perímetro de 30 km de evacuação. Mas não resta dúvida de que esse perímetro não é aumentado pois isso representará milhares de milhões de ienes de indenizações. O artigo é de Tomi Mori.

Entrando na quarta semana após o início da tragédia, já que ela ainda está longe de terminar, temos alguns dados já relativamente estabilizados. As mortes oficiais somam 11.620, os desaparecidos 16.444 (não há muita possibilidade de que sejam encontrados vivos depois de tantos dias), 2.877 feridos e 191.625 construções destruídas ou danificadas. Esses números podem ser considerados como a primeira parte da tragédia. A outra parte diz respeito às casas, plantações e vidas desorganizadas pela tragédia nuclear, que continua sem que possamos dizer em que estágio da crise nos encontramos. Estima-se que serão necessários 300 bilhões de dólares para reparar os estragos causados. Estamos no início, no meio ou próximos do final da crise?

Falta de credibilidade
A maior crise existente no Japão hoje é a crise de confiança. Essa crise fenomenal de confiança, no mais amplo sentido da palavra, deriva da atitude das autoridades envolvidas na crise nuclear, ou seja, a Tóquio Eletricidade (Tepco) e o governo do primeiro-ministro Naoto Kan.

A Tóquio Electricidade, operadora da central nuclear Fukushima 1, desde que começou a tragédia, tem agido de tal maneira que já não é possível acreditar em nenhum comunicado que faz. O próprio primeiro-ministro japonês, no início da crise, foi ao escritório da empresa, em Tóquio, para reclamar da maneira como havia sido comunicado. Foi o último a saber, já que a empresa havia se manifestado na imprensa primeiro. Os primeiros vazamentos, que a operadora alegou serem "inofensivos", acarretaram entre outras coisas uma situação na qual os moradores próximos à unidade não mais poderão voltar às suas casas. Vários trabalhadores foram contaminados pela radioatividade, ocasionada pela falta de segurança no trabalho, fruto de informações erradas ou, quem sabe, literalmente mentirosas.

Desde que se iniciou a tragédia nuclear, a operadora fornece dados das medições de radioatividade, mas ninguém é capaz de dizer quais são os critérios utilizados. Se esses critérios são adequados, se os equipamentos utilizados são apropriados, ninguém está em condições de julgar. Mesmo com toda a artimanha utilizada para não agravar o que já era grave, as ações da empresa despencaram. E só não viraram pó, como se diz no jargão financeiro, porque continuam a jogar às escondidas, sem dizer claramente o que deveria ser dito numa situação tão grave como é a atual. Não restam dúvidas que, em primeiro lugar, vêm as motivações económicas e só depois as sociais, como a segurança e a vida das pessoas. As semanas estão a passar, mas não há nenhuma informação concreta de como tudo isso irá terminar.

Durante a semana, foi anunciada a desativação de quatro reactores. Em qualquer situação, é um trabalho que vai levar algumas décadas. Era o óbvio, depois que deitaram água salgada, na tentativa desesperada de refrigerar os reatores. Mas ao invés de diminuir as dúvidas, o que temos à nossa frente é uma quantidade ainda maior de questões não respondidas. Quanto tempo irá levar para que a situação esteja sob controle? A operadora tem como impedir uma fuga que coloque em risco a vida das pessoas? Agora que entramos na Primavera e a temperatura aumenta, como substituir a água do mar? O exército vai deitar sorvete em cima dos reatores com helicópteros?

Neste momento, nas proximidades de Fukushima 1, a temperatura ainda é baixa, provavelmente oscilando até aos 5 graus. Mas, o que será feito quando a temperatura ambiente atingir mais de 30 graus? O governo aventa a possibilidade de jogar resina, mas o que isso significa?

Não há como acreditar em nada do que o governo japonês fala. Não se sabe com que critério científico o governo determina o perímetro de 30 km de evacuação. Mas não resta dúvida de que esse perímetro não é aumentado pois isso representará milhares de milhões de ienes de indenizações. Quanto maior o perímetro, maior a indenização a ser paga e o governo, claramente, faz essas contas, mesmo que isso signifique o risco de milhares de pessoas. O governo, como qualquer governo, tem de falar alguma coisa, mas é incapaz de encontrar uma solução rápida que possa evitar um tragédia de grandes proporções. Na inexistência de explicações confiáveis, sou forçado a especular e tudo indica que a situação hoje é pior e mais dramática do que no dia 11 de março, quando houve o terremoto.

Falta de confiança afeta economia
A visita do presidente Sarkozy ao Japão corresponde ao temor existente, em todo o mundo, de que a crise japonesa possa causar problemas ainda maiores num mundo que já está bastante complicado. Os otimistas diziam que o mundo estava saindo da crise de 2008. Outros mais críticos, diziam que estávamos a caminho, não da recessão mas, sim, da depressão. Independente de estar a favor desta ou daquela opinião, a atual crise japonesa, sem sombra de dúvidas, só faz piorar a situação mundial. A dependência da energia nuclear de alguns países é gritante, basta ver a França de Sarkozy. A França, que sonhava vender centrais nucleares até para os marcianos, se fosse possível, viu o seu projecto despedaçar-se. E, mais do que isso, pode ocorrer um indesejável e poderoso movimento anti-nuclear, coisa que o presidente francês pretende evitar, antecipando-se aos acontecimentos e tentando se transformar no paladino da segurança nuclear, como se isso fosse possível...

A falta de um posicionamento claro por parte do governo tem acarretado uma paralisia em todas as áreas da atividade social. Ainda é cedo para se fornecer números, mas além de várias empresas já terem sido afetadas, com falta de peças e componentes, ainda estamos apenas no início de problemas maiores na economia japonesa. No próximo verão, já está claro que a falta de energia irá causar graves problemas. O maior deles será a falta de energia em Tóquio, coração da economia japonesa. Como resolver essa questão?

Este ano, os japoneses poderão exercer amplamente a sua criatividade, mas é pouco provável que isso impeça que marchemos para uma situação recessiva. Setores da burguesia imperialista japonesa acreditam que na tragédia surge a oportunidade de auferir grandes lucros. Tem algum sentido, já que as pessoas terão de comprar frigoríficos, televisões,camas, construir casas, etc... Mas não se pode dizer que isso vá revitalizar a economia japonesa. Em função da crise nuclear, do seu prolongamento e desdobramentos, a palavra que sintetiza a atual situação japonesa é "volátil". Qualquer que seja a próxima tragédia, ela já não será uma surpresa.

1964: Não podemos dormir novamente.

Reafirmar os princípios do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, cumprir as propostas aprovadas na Confecom, avançar na questão agrária e na manutenção do diálogo com os movimentos sociais são passos decisivos para construir uma nação moderna e organizada.

Escrever sobre o golpe de Estado de 1964, passados 47 anos, não deixa de ser um trabalho de reconstituição que conserva toda a sua atualidade política no momento em que o sermão pelo esquecimento do passado, pelo desarmamento das vontades, continua sendo pregado pelas mesmas classes e grupos que apoiaram, e depois conduziram o regime autoritário. É bom lembrar que essas forças políticas romperam, na undécima hora, com o núcleo decisório da ditadura, forjando uma transição por alto, que desidratou todos os projetos políticos da oposição progressista.

Isso explica, como que, num passe de mágica, José Sarney, o presidente do PDS, após comandar no Parlamento a batalha contra as "Diretas-já", tenha ressurgido como um dos líderes da redemocratização e candidato à vice-presidência na chapa de oposição junto a Tancredo Neves. Não estamos falando apenas de um projeto pessoal oportunista bem sucedido, mas da incrustação no próprio centro de decisões, de setores políticos e econômicos comprometidos com as concepções do regime político anterior. Não compreender as implicações desse processo nos dias de hoje pode levar a um voluntarismo pueril. Aceitá-lo como fato incontornável é uma resignação em tudo, e por tudo, pusilânime.

O golpe veio para barrar a emergência de um movimento de massas. Não foi para atingir personalidades, ainda que muitas delas tenham desempenhado um papel importante na abertura dos espaços para essa nova dinâmica, mas para conter o crescimento popular.

Como destacou Almino Afonso, ministro do Trabalho no governo João Goulart, o movimento tinha dois objetivos: "Primeiro, barrar o avanço dos movimentos sociais; segundo, impedir a tomada de consciência nacional que começava a esboçar uma linha de resistência internacional com uma nitidez nunca havida antes em nosso passado. Esses dois fatores confluíram gradualmente para um todo mais ou menos homogêneo e, embora não tivéssemos nem partido político para ser expressão desse despertar, nem lideranças claras para se converterem em porta-vozes desses novos atores, essa emergência foi suficientemente forte para alarmar os setores dirigentes do país e seus aliados internacionais, que se associaram na implantação da ditadura"( Folha de S. Paulo, 1/4/1984).

Numa retrospectiva das medidas tomadas naquela época, é impressionante ver, no governo de Jango, a quantidade de iniciativas que foram adotadas, projetadas e enviadas ao Congresso Nacional. Na sua totalidade é inequívoca a vontade de atacar os pilares da estrutura capitalista num país subdesenvolvido.

Disciplinou a remessa dos lucros das empresas estrangeiras, estabeleceu o monopólio da compra do petróleo, desapropriou as refinarias privadas, bem como os latifúndios improdutivos nas margens das rodovias, congelou os aluguéis e buscou o apoio dos sargentos, cabos e soldados, diretamente. Atacando a todos simultaneamente, João Goulart facilitou a aglutinação dos interesses econômicos contrariados em torno dos generais da direita, que chegaram a receber a garantia do Pentágono, conforme documentos divulgados em Washington.

A índole dos golpistas pôde ser apreciada desde os primeiros atos legislativos baixados. Seguiu-se a arrasadora repressão, ampla entrega do subsolo, compra pela União das empresas de serviços públicos pertencentes à Bond & Share (American Power) e depois os da Light, por preços absurdamente abaixo do valor de mercado. A corrupção generalizada nos negócios do Estado e a censura à imprensa - apesar do apoio do baronato do campo midiático - fizeram da noite dos generais a luxúria dos cartéis e grandes corporações.

Apesar de tudo, um fio de continuidade, transverso e denso, percorre a história desses anos. A história dos tempos de arbítrio é a história de uma crise feita de muitas dimensões: das sucessivas crises militares, dos esforços de Geisel e Figueiredo de usar a “abertura” como garantia do monopólio do poder a serviço do grande capital. É, no entanto, no crescimento do movimento popular - da luta pela anistia, da reabertura da UNE à criação do Partido dos Trabalhadores - que se avolumam os choques maiores e as contradições mais profundas do regime. Um ciclo se esgota, mas a história não se encerra. Mobilizar a vontade nacional, tendo como fundamento um pacto social mais justo e não excludente, em defesa da soberania nacional, da cultura brasileira, da sua integridade, visando a realização do bem comum é o projeto nacional posto em pauta desde 2003.

Para continuar sendo exeqüível, é fundamental não ceder terreno. Reafirmar os princípios do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, cumprir as propostas aprovadas na Confecom, avançar na questão agrária e na manutenção do diálogo com os movimentos sociais são passos decisivos para construir uma nação moderna e organizada. Não fazê-lo é conviver com o permanente risco de retrocesso. E nunca é bom desconsiderar o aspecto trágico da História e o papel motriz da violência em sua caminhada. Os golpistas esperam o sono dos justos para lançar os dados do nosso destino. Não podemos dormir novamente.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasi

domingo, 3 de abril de 2011

Resenha:“Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi”

Resenha: CARVALHO, José Murilo de. “Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi”. São Paulo: Companhia da Letras, 1987.

A importância acadêmica das pesquisas do historiador José Murilo de Carvalho fazem um contraste imenso com seu texto apresentado no livro “Os bestializados: o Rio de janeiro e a República que não foi”. A primeira impressão que tive foi que abriria mais um livro chato e monótono sobre algo a respeito da história de nosso país, bem típico de alguns historiadores que ficam tanto tempo isolados pesquisando em arquivos que parecem esquecer a arte da boa escrita, no entanto, a surpresa maior é a maneira como José Murilo de Carvalho consegue escrever um clássico da historiografia brasileira de forma simples e dinâmica, ao mesmo tempo em que expõe sua tese principal de maneira fantástica. Não se trata de um livro para os estudiosos das ciências humanas somente, mas sim algo essencial a quem se considere cidadão brasileiro.
O autor apresenta uma visão da cidade do Rio de janeiro bastante ampla ao leitor, dando ênfase a alguns problemas de cunho político, econômico e social, fruto estes da instável transição do Império para a República. A possível inexistência de um povo, no sentido político da palavra, é o que dá impulso ao trabalho do pesquisador. O autor, no entanto, reforça a idéia de que a diversidade da população do Rio de Janeiro, que crescera drasticamente em pouco tempo devido ao fato do Estado ter se tornado capital, garantiria a existência de diversos povos, e não de um único. Assim, diferentes opiniões e visões fazem parte da política no início da república, e, além do mais, pode-se também dividir a política entre os que participam dela ou não, o que José Murilo de Carvalho chama de ativos e inativos politicamente. No cenário político que acabara de se formar as eleições não serviam como instrumento de representação popular, pois eram negadas à esmagadora maioria da população. Desta forma, o autor tenta apresentar um ambiente político que não era propício à participação popular, e que por isso resultou na utilização de outros canais de atuação por parte do povo. Portanto, de indiferente à política a população do Estado fluminense não tinha nada, o que ocorria é que faziam à sua maneira a forma de agir politicamente, de expressar a cidadania, às vezes através de modos que contradiziam o que se esperaria moralmente de uma atuação política de verdade.
Essa informalidade gerou uma multiplicidade de ideologias, trazidas estas da Europa, que eram divulgadas na sociedade fluminense através da imprensa jornalística, de manifestações, de festas populares, entre outras maneiras. Tais meios representaram o modo como a população se conscientizou politicamente, segundo seus próprios costumes, seu dia-a-dia. É preciso ver que uma participação política ativa segundo os moldes europeus não vai estar presente nas práticas do povo, e é isso que o autor consegue mostrar através de uma série de exemplificações destes canais alternativos de atuação política. A população não é alheia ao que acontece na capital federal, ela só participa de uma maneira não-formal, e isso é fruto, como nos mostra o José Murilo de Carvalho, da própria República, que não permitiu a formação de cidadãos pois além de limitar o eleitorado, eliminou também do Estado a obrigação de fornecer educação ao povo. Tais medidas evidenciam a instável relação entre o governo e a população, que resulta no surgimento de uma cidadania à maneira do povo, segundo o meio social em que vivem.
O ponto alto do livro de José Murilo de Carvalho é o capítulo em que trata a respeito da revolta da Vacina. Este incidente seria a melhor expressão possível da existência de diferentes acepções acerca do que seria a cidadania, demonstrando também uma consciência política em se fazer ativa politicamente. Ocorre uma oposição à “Estadania” (termo do autor) imposta pela máquina governamental, pois através desta somente os que contribuíam seguindo os interesses do regime republicano é que seriam dignos de receber o epíteto de cidadão. Percebe-se então que nunca um humilde trabalhador estaria inserido no ambiente político proposto por essa frágil República.
A revolta, como enfatiza o autor no livro, não possuiu uma causa única. Ao contrário, foi fruto de uma multiplicidade de fatores, o que caracteriza as diferentes formas que a população via como vias de participação política, ou seja, meios diferentes da idealização do que seria a cidadania em si.
Neste caldeirão de pensamentos e ações que marcou o Rio de Janeiro em fins do século XIX e início do século XX é que José Murilo de Carvalho conclui a inexistência de um povo bestializado aos acontecimentos políticos vigentes. Participações políticas formais nunca haveriam de existir, pois o próprio governo se encarregara de limitar tal ato através do voto restrito aos alfabetizados, além do uso de outros aparatos burocráticos. Porém, a Revolta da Vacina mostra como outros meios de se exercer a cidadania são possíveis, muitas vezes maneiras estas muito díspares umas das outras, mas que servem para elucidar a tese central do historiador: um regime republicano não veio a excluir o povo da via política, pois este encontrou outros canais para exprimir seus anseios, suas opiniões, ou seja, sua voz política ativa. Em suma, a consciência de nos encararmos como cidadãos existe em todos nós, e não é a máquina estatal que nos limitará, mesmo que não se transmita tais idéias da maneira de atuação vigente, deve-se expô-los da forma como melhor convir, ou da forma em que se é possível.
José Murilo contraria muitos historiadores que defendem a população de inícios da República como apática do ponto de vista político, não constituindo assim um povo em si. Em meio às idéias apresentadas pelo autor em seu livro, torna-se difícil de sustentar tais teses sobre esta possível apatia popular. Os arranjos entre o governo e as oligarquias, em nome da manutenção do poder, excluíam as massas da participação política, que por sua vez foram obrigadas a se organizarem da maneira como lhes fosse possível, estabelecendo, assim, mundos paralelos. Bestializado, como nos mostra o autor, é aquele que se guiava pela aparência do formal, pois a realidade se escondia atrás dessa formalidade. Logo, não há uma falta de intervenção do povo no seio político, e a Revolta da Vacina serve para elucidar a existência de um sentimento que defendesse a honra e os direitos do povo, mesmo que fossem tão heterogêneos o que se entenda como cidadania ou participação política.
Seja do lado da elite, Estado ou do povo, grandes nomes se fazem nesta época de intensa movimentação no Rio de Janeiro. E eis um dos grandes trunfos da obra de José Murilo de Carvalho, pois ele não mede esforços para citar diversos nomes que dão credibilidade à história sobre o início da Primeira República. Recorrendo a jornais do período, sejam escritos pela elite ou pelo povo, o autor busca detalhes mínimos para enriquecer sua obra. Percebe-se que não foram poucas as visitas aos arquivos públicos fluminenses, mas que tamanho trabalho foi recompensado pela magnitude que a obra alcançou. 

Uma declaração de guerra imperialista

Perante esta notícia, que transcrevo do Público.es, é, sem dúvida, instrutivo ponderar o silêncio ou as justificações "anti-imperialistas" daqueles que denunciam manobras do imperialismo e atentados à independência nacional do Irão nas campanhas contra as lapidações por ofensas aos bons costumes, manobras do imperialismo e atentados à independência nacional da Líbia no apoio que outros reclamam para os insurrectos contra Kadhafi, e poupo-vos o consabido rol restante. Estamos ou não perante uma vontade de dominação imperial claramente afirmada, perante um propósito declarado de interferência nos assuntos internos de outros países, perante uma declaração de guerra aos infiéis, em que estes são, não só os blasfemos, como todos os que não se resignam a condená-los com a severidade que a sua interpretação da lei islâmica estipula e erige em imperativo universal?

"A menos que los responsables de la quema del Corán sean severamente castigados, veremos violencia y protestas, no solo en Afganistán, sino en todo el mundo", esta es la advertencia que lanzó ayer Mullavi Qyamudin Kashaf, jefe del Consejo de Ulemas de Afganistán ante la situación de violencia que se está registrando en el país centroasiático los dos últimos días como consecuencia de la quema de un ejemplar del Corán en una pequeña iglesia de Florida, Estados Unidos.
(…)
Estas violentas protestas vienen precedidas por el gravísimo altercado en la ciudad de Marzar e Sharif donde un grupo de fanáticos asaltó la sede de la Misión de Naciones Unidas en Afganistán (UNAMA) asesinando a siete miembros de la delegación local de la ONU- -tres miembros de la misión y cuatro guardas de seguridad, todos ellos extranjeros- y a otros cinco civiles.
Unos 20.000 manifestantes se concentraron delante de la sede de Naciones Unidas en Mazar tras el perceptivo rezo de los viernes; armados con cuchillos, palos y piedras para protestar por la quema del Corán el pasado 20 de marzo en la ciudad de Gainesville. Tras reducir a los guardias nepalíes, que estaban protegiendo el edificio, penetraron en las oficinas del organismo internacional atacando a todos los que encontraron a su paso; entre ellos al máximo representante de la ONU en la ciudad. Según testigos presenciales los manifestantes utilizaron las armas que sustrajeron a los guardias de seguridad para perpetrar la matanza, salvo a dos personas, que fueron secuestradas y posteriormente decapitadas.

A Carta das Nações Unidas foi lançada à imundície

Sobre a guerra e a crise

Luís Carapinha*

O imperialismo tem a violência (económica, social, militar, ideológica) na sua própria natureza. E a potência imperialista hegemónica - tenha Clinton, Bush ou Obama como primeira figura - não cessa de acrescentar novas agressões contra os povos àquelas que já tinha em curso. Num contexto de aguda crise do capitalismo é ainda mais necessário reforçar o alerta: até onde irá o imperialismo na sua escalada de guerra?

Prossegue a guerra de agressão contra a Líbia protagonizada por um conjunto de potências com os EUA à cabeça. Como era previsível, desde que a 17 de Março o Conselho de Segurança (CS) da ONU aprovou o vergonhoso mandato de intervenção, a «zona de exclusão aérea» tornou-se no cavalo de Tróia de uma guerra terrorista e espoliadora que tem como alvo a soberania nacional e integridade territorial líbias. Dos 15 membros do CS nenhum se opôs à guerra, incluindo dois dos cinco países com poder de veto, a Rússia e a China, que optaram pela abstenção. Um dos 10 estados que votaram a favor de uma resolução que num farisaísmo intolerável proclama como objectivo supremo a «protecção dos civis» foi a Colômbia, precisamente um dos regimes com mais sinistro registo em matéria de direitos humanos.

Anteriormente, o CS já evidenciara uma celeridade recorde ao endossar o mais que duvidoso dossier líbio para esse fantasma que dá pelo nome de TPI, protótipo de um aparelho supranacional de (in)justiça de classe, do qual, por precaução e em suprema hipocrisia, nem sequer os próprios EUA são subscritores…

Em todo este processo, em que a moral e a ética desceram ao nível do subsolo e a Carta das Nações Unidas foi lançada à imundície, o secretário-geral da ONU esteve ao nível do seu perfil, como facilitador e colaborador diligente de mais esta empreitada imperialista.

Ao olhar os ecrãs televisivos e folhear as páginas da imprensa dos meios da comunicação social dominante não se encontram os sinais da devastação de uma guerra pérfida que não poupa civis e destrói metodicamente infra-estruturas económicas da Líbia. Os propósitos reaccionários e neocoloniais da presente campanha convertem-se em tabu e o escandaloso e descarado saque das reservas soberanas e activos do Estado líbio perde-se nas entrelinhas. Dia após dia correm as imagens caóticas dos bandos armados exultantes, sobre os quais já não é possível esconder serem «incapazes de ganhar terreno sem o apoio crucial dos bombardeamentos aliados» (El País.com, 29.03.11). Poucos estarão conscientes de que a bandeira que ostentam é a da defunta monarquia líbia dos tempos em que o país se curvava sob o diktat forâneo e os EUA e a Inglaterra aí disponham de bases militares. Mas que importa isso quando se trata de salvar civis?

Rasmussen, o secretário-geral de turno da NATO só pensa em salvar civis.

A NATO, que finalmente tomou de corpo inteiro as rédeas da operação Odisseia Amanhecer, amarradas as convulsões internas sob o véu da concertação, acaba de estrear nos céus (e, quiçá, já na terra) da Líbia o novíssimo conceito estratégico aprovado há cinco meses na Cimeira de Lisboa. Quando se trata de salvar civis e outras matérias afins, o background da Aliança militar imperialista é invejável. A Jugoslávia ou as guerras em curso no Iraque e Afeganistão, com todo o seu rotineiro caudal de atrocidades, aí estão para persuadir os mais renitentes em crer no zelo humanitário do imperialismo.

Perigoso sinal dos tempos, a inconsistência de toda esta operação é confrangedora.

País rico em reservas de petróleo, gás e água doce, a Líbia enfrenta o espectro da divisão e somalização. Ao intervir no país africano em que a vinculação tribal permanece poderosa, o imperialismo tenta alcançar em semanas objectivos que na Jugoslávia exigiram anos.

A contra-ofensiva da reacção árabe, desde sempre apoiada pelas grandes potências capitalistas, está em pleno desenvolvimento. Mais além da exigência fundamental em aplacar os genuínos movimentos de revolta popular, o caos e a vaga desagregadora que se instala em vastas áreas constituem o reverso da moeda da crescente centralização capitalista e da tentativa de imposição de uma nova ordem mundial hegemónica que avança contra o tempo.

Ao compasso da mais grave crise sistémica o imperialismo clama por guerra. Será que Obama vai receber um novo Nobel da Paz?

O importante é saber que sob estes ventos a Humanidade navega rumo à catástrofe. Há que evitá-lo.

* Luís Carapinha é analista de política internacional.

Este artigo foi publicado no “Avante!” nº1948 de 31.03.1

Oração pela libertação da África do Sul

sexta-feira, 1 de abril de 2011

‘O Dia que durou 21 anos’ estreia na TV Brasil

Série de 3 episódios revela imagens e depoimentos históricos sobre o Golpe de 64

 


Robert Bentley, assistente de embaixador Lincoln Gordon, dá depoimento exclusivo
Robert Bentley, assistente de embaixador Lincoln Gordon, dá depoimento exclusivo
Os que viveram a ditadura militar brasileira, os que passaram por ela em brancas nuvens e os que nasceram depois que ela acabou. Todos podem conhecer melhor e refletir sobre esse período, a partir da nova série “O Dia que durou 21 anos”, que a TV Brasil exibe nos dias 4, 5 e 6 de abril, às 22 h.
Em clima de suspense e ação, o documentário apresenta, em três episódios de 26 minutos cada, os bastidores da participação do governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964 que durou até 1985 e instaurou a ditadura no Brasil. Pela primeira vez na televisão, documentos do arquivo norte-americano, classificados durante 46 anos como Top Secret, serão expostos ao público. Textos de telegramas, áudio de conversas telefônicas, depoimentos contundentes e imagens inéditas fazem parte dessa série iconográfica, narrada pelo jornalista Flávio Tavares.
O mundo vivia a Guerra Fria quando os Estados Unidos começaram a arquitetar o golpe  para derrubar o governo de João Goulart. As primeiras ações surgem em 1962, pelo então presidente John Kennedy. Os fatos vão se descortinando, através de relatos de políticos, militares, historiadores, diplomatas e estudiosos dos dois países. Depois do assassinato de Kennedy, em novembro de 1963, o texano Lyndon Johnson assume o governo e mantém a estratégia de remover Jango, apelido de Goulart. O temor de que o país se alinharia ao comunismo e influenciaria outros países da América Latina, contrariando assim os interesses dos Estados Unidos, reforçaram os movimentos pró-golpe.
Peter Korneluh - O Dia que durou 21 anos
Peter Korneluh
A série mostra como os Estados Unidos agiram para planejar e criar as condições para o golpe da madrugada de 31 de março. E, depois, para sustentar e reconhecer o regime militar do governo do marechal Humberto Castelo Branco. Envergando uma roupa civil, ele assume o poder em 15 de abril. Castelo era chefe do Estado Maior do Exército de Jango.
O governo norte-americano estava preparado para intervir militarmente, mas não foi necessário, como ressaltam historiadores e militares. O general Ivan Cavalcanti Proença, oficial da guarda presidencial, resume: “Lamento que foi um golpe fácil demais. Ninguém assumiu o comando revolucionário”.
Do Brasil, duas autoridades americanas foram peças-chaves para bloquear as ações de Goulart e apoiar Castelo Branco: o embaixador dos Estados Unidos, Lincoln Gordon; e  o general Vernon Walters, adido militar e que já conhecia Castelo Branco. As cartas e o áudio dos diálogos de Gordon com o primeiro escalão do governo americano são expostas. Entre os interlocutores, o presidente Lyndon Johnson, Dean Rusk (secretário de Estado), Robert McNamara (Defesa). Além de conversas telefônicas de Johnson com George Reedy Dean Rusk; Thomas Mann (Subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos) e George Bundy, assessor de segurança nacional da Casa Branca, entre outros.
Foi uma das mais longas ditaduras da América Latina. O general Newton Cruz, que foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) e ex-comandante militar do Planalto, conclui: “A revolução era para arrumar a casa. Ninguém passa 20 anos para arrumar uma Casa”.
Em 1967, quem assume o Planalto é o general Costa e Silva, então ministro da Guerra de Castelo. Da linha dura, seu governo consolida a repressão. As conseqüências deste período da ditadura, seus meandros políticos e ideológicos estarão na tela. Mortes, torturas, assassinatos,  violação de direitos democráticos e prisões arbitrárias fazem parte desse período dramático da história.
O jornalista Flávio Tavares, participou da luta armada, foi preso, torturado e exilado político. Através da série, dirigida por seu filho Camilo Tavares, ele explora suas vivências e lembranças. E mais: abre uma nova oportunidade de reflexão sobre o passado.
O Dia que durou 21 anos é uma coprodução da TV Brasil com a Pequi Filmes, com direção de Camilo Tavares. Roteiro e entrevistas de Flávio e Camilo.

Plínio de Arruda Sampaio
Plínio de Arruda Sampaio
Primeiro Episódio:
As ações do embaixador dos Estados Unidos, Lincoln Gordon, ainda no governo Kennedy, são expostas neste primeiro capítulo. O discurso do presidente João Goulart pregando reformas sociais torna-se uma ameaça e é interpretado pelos militares como uma provocação. Nos quartéis temia-se uma movimentação de esquerda e a adoção do comunismo, que poderia se espalhar por outros países latinos. Entrevistas e reportagens da CBS são reproduzidas, bem como diálogos entre Gordon e Kennedy.
O documentário expõe a efervescência da sociedade brasileira naquele período. Para evitar que Goulart chegasse forte às eleições de 1965, foi criado o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), que teria dado cobertura às ações dos Estudos Unidos para derrubar João Goulart.
Segundo Episódio:
Cenas da morte de John Kennedy e a posse de Lyndon Johnson abrem este capítulo, dando sequência à estratégia dos Estados Unidos de impedir ao que o ex-presidente americano chamou de “um outro regime comunista no hemisfério ocidental”. “Vamos ficar em cima de Goulart e nos expor se for preciso”, diria Jonhson.
Imagens focam no discurso de Jango na Central do Brasil, em 13 de março de 1964,  que foi considerado uma provocação pelos arquitetos do golpe. Os americanos já preparavam o esquema, enviando suas forças militares para o “controle das massas”, como se refere um dos entrevistados. Paralelamente, articulações para levar Castelo Branco ao poder estavam sendo engendradas.
As forças americanas não precisaram entrar em campo. João Goulart pegou o avião, foi para Brasília e depois para o sul do país. Por que Jango não reagiu”? É uma questão posta na tela. O general Cavalcanti, oficial da guarda presidencial, resume: “Lamento que foi um golpe fácil demais. Ninguém assumiu o comando revolucionário”.
Os Estados Unidos estavam mobilizados para, em caso de resistência, fazer a intervenção militar pela costa e assim ajudar os militares.  As correspondências de Lincoln Gordon com o primeiro escalão da Casa Branca são mostradas ao público, explorando as ações secretas junto às Forças Armadas, a reação da imprensa e dos grupos católicos no Brasil. Os Estados Unidos reconhecem o novo governo e imagens da vitória e manifestações de rua entram em cenas.

James Green
James Green
Terceiro Episódio:
O cargo de presidente é declarado vago pelo presidente do Senado, Auro Moura de Andrade. O presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, é empossado.
No dia 15 de abril, o chefe das Forças Armadas, marechal Castelo Branco, toma posse.
Castelo tinha relações amistosas com Vernon Walters, adido da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Depois de suas conversas com Castelo, ele se ocupava em enviar telegramas para os Estados Unidos, relatando o teor da conversa.  Os textos dos telegramas são revelados no episódio.
O governo Castelo Branco recrudesce e dá início aos atos institucionais. O de número 2 extingue os partidos políticos e torna as eleições indiretas. E mais: prorroga o seu mandato. Em 1967, ele é substituído pelo general Costa e Silva, da chamada linha dura do Exército. O AI 5 é decretado no ano seguinte, e o Brasil entra no caos, “O AI5 foi uma revolução dentro da revolução”, declara o general Newton Cruz.
A repressão e a tortura dominavam o país. Militares e estudiosos falam desse período. O brigadeiro Rui Moreira Lima, da Força Aérea Brasileira, declara: “Eu conheci um coronel, filho de um general, que veio de um curso de tortura no Panamá. Ele chegou e disse: agora estou tinindo na tortura, pega aí um cara pra eu torturar”.
Os Estados Unidos continuam em campo e Lincoln Gordon pede para o governo fortalecer ao máximo o regime militar brasileiro. O orçamento da embaixada cresce, como registra o historiador Carlos Fico, da UFRJ, um dos entrevistados de Flávio Tavares.

Homofobia: o crime da omissão

Autor: Maria Berenice Dias
Artigo publicado na 23ª edição do Jornal Estado de Direito
A Constituição Federal, já no seu preâmbulo, assegura a liberdade, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. Do mesmo modo consagra, como objetivo fundamental do Estado, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Outrossim,  ao proclamar que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, de modo expresso preconiza que a lei puna qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.
Diante destes comandos constitucionais é difícil justificar a omissão do legislador que, além de não regulamentar as relações homoafetivas, não criminaliza a homofobia. Ao contrário, a homossexualidade ainda é penalizada. Apesar de a prática homossexual, denominada de “sodomia”, ter sido retirada do Código Penal, no ano de 1830, o Código Penal Militar ainda o contempla como crime.
Tão logo entrou em vigor a Carta Constitucional, adiantou-se o legislador em editar lei para penalizar a discriminação, mas somente define como crime o preconceito de raça e de cor (Lei nº  7.716, de 5 de janeiro de 1989). Pelo jeito olvidaram segmentos outros que também são alvo de discriminação e merecem ser tutelados. 
Visando tamponar esta omissão, o Projeto de Lei nº 5.003/2001, buscou criminalizar os crimes de homofobia. Alarga o objeto da Lei nº 7.716/1989, definindo os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. Também considera como qualificadora do crime de injúria a utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero, ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
O Projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados, em 23/11/2006, com algumas modificações. No Senado, sob o número PLC 122/2006, foi alvo de muita resistência, recebeu emendas e votos contrários, o que levou a Relatora, Senadora Fátima Cleide, a apresentar substitutivo, elaborado com a participação do movimento LGBT. Em face das modificações levadas a efeito, o Projeto ainda precisa ser aprovado por algumas comissões, devendo retornar à Câmara dos Deputados.
Enquanto não há uma legislação de âmbito nacional, inúmeros estados e um significativo número de municípios têm aprovado legislações que penalizam, com pena de multa, práticas discriminatórias em locais públicos e no âmbito do serviço público estadual e municipal. 
Assim, ainda que o Congresso Nacional se omita ao menos há políticos que tem a responsabilidade de honrar seus mandatos. 

Proteja o Brasil do Bolsonaro

As idéias racistas e homofóbicas do Deputado Jair Bolsonaro não são uma questão de opinião pessoal, elas são perigosas.

250 pessoas foram assassinadas no Brasil ano passado por serem gays. Enquanto já existem leis para proteger outras formas de discriminação, pessoas GLBT não tem nenhuma proteção legal.

Vamos erguer nossas vozes mais alto que o Bolsonaro e mostrar que os brasileiros apoiam a lei anti-homofobia que irá ampliar as proteções contra a violência e discriminação para todos os brasileiros! Assine a petição agora, ela será entregue em Brasilia em uma grande manifestação pela lei anti-homofobia!

ENTRE AQUI E

Proteja o Brasil do Bolsonaro

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